UMA BREVE REFLEXÃO

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Brasil vai muito bem, obrigado…

 

CORRUPTA 

A notícia está aqui:

  http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/08/30/ao-vivo-jaqueline-roriz-e-julgada-na-camara/

  Não posso ficar calado! Isso é a mais absoluta falta de vergonha! O pior de tudo é que não adianta gritar. Vejam isto: 256 deputados votaram a favor da grande corrupta, enquanto apenas cerca de 50 pessoas foram manifestar-se pela cassação da tal. Onde estava o resto da população enquanto isso acontecia? Dormindo? Será que nem com um vídeo mostrando tudo esse povo acorda?

  Enquanto houver o voto secreto no Brasil, não haverá justiça, não haverá responsabilidade nem responsabilização dos corruptos. Sabe o que eles fazem quando a porta se fecha para o voto secreto? Acha que ficam negociando em favor do povo? Nada! Negociam em benefício de si mesmos, acertam propinas, combinam tudo, inventam argumentos em favor do culpado e pronto! E o povo continua calado…

  Voto secreto por quê? Os eleitores que deram o mandato a esses crápulas não têm direito de saber o que os canalhas estão fazendo?

  Lamento, mas a vergonha é demais. Por isso, quando saio de casa, aqui nos Estados Unidos e ouço alguém falando português, viro as costas e vou para o outro lado da rua. Não posso sentir afinidade nem ter orgulho de um povo que aceita que essa sujeira política continue se repetindo. Foi a primeira vez? Não! Será a última? Também não.

  A mulher ainda é deputada, vai ter que ser respeitada como tal e, pior, vai ter um polpudo salário, benefícios de todo tipo e, ainda pior, imunidade para continuar fazendo sujeiras.

  A culpa não é só dos vagabundos que votaram a favor da corrupta. A culpa é de quem os elegeu e a culpa é sua, porque você não faz coisa alguma!

  V E R G O N H A    N A    C A R A,    M E U     P O V O !

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Para quem gosta de tecnologia.

Desde a semana passada o “Google Maps” tem uma novidade, que é a possibilidade de acompanharmos as informações sobre as condições meteorológicas vigentes  no mundo inteiro, em tempo real

Para ver o tempo na sua região, abra o “Google Maps” e clique m “Weather”, no canto direito superior, onde estão as opções para “Map”, “Satellite” e “Earth”.

Se você centralizar o mapa agora na região do Caribe, poderá acompanhar o furacão Irene, que está bem ao lado da cidade de Miami, onde moro. Felizmente, aqui não estamos sentindo os efeitos da tempestade, cujo centro está mais de 300 km a leste daqui.

Irene

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E tome palavrão!

Houve época em que o palavrão era coisa de gente sem cultura, ou servia como válvula de escape em momentos difíceis. Uma pessoa tentando pregar um quadro na parede acertava o martelo no dedo e gritava um palavrão.

Ainda é assim. O palavrão ainda funciona como válvula de escape. Só que tornou-se muito mais comum e é usado com muito mais frequência, em todo e qualquer tipo de ambiente. Até no rádio e na televisão o palavrão é usado à vontade, em situações de comédia ou drama. É aceito como coisa normal.

Dizem alguns que o rádio e a televisão espelham a vida normal do povo e que, no caso do palavrão, ele é usado porque faz parte da vida do povo. Se você aceita esse argumento e permite que seus ouvidos e sua casa sejam invadidos por palavras de baixo calão o tempo todo, tudo bem. Comigo, não!

Comecei a trabalhar em rádio em 1956 e, naquela época, o palavreado tinha que ser o mais limpo possível. Mesmo assim, podíamos conversar horas e horas no rádio sem dizer uma só palavra ofensiva. Já havia novelas no rádio, espelhando a vida do povo, e nenhuma palavra de baixo calão era ouvida.

O pessoal que trabalha em rádio e TV hoje em dia afirma que o povo quer ouvir palavrão e, portanto, dá ao povo o que o povo quer. Mentira! O que existe é uma enorme falta de criatividade. Eles apelam para a ofensa pessoal como meio de atrair atenção e faturar com isso. Dizem palavrões porque não são capazes de conversar sério por mais do que um minuto ou dois. O palavrão é a única arma que permite a essa gente galgar os degraus da fama. Então, tome palavrão!

Mas, pensando bem, talvez eles tenham razão e eu esteja totalmente errado. Se o povo não quisesse ouvir palavrão, isso acabaria. O povo não só aceita, mas gosta dessa sujeira, gosta de ser desrespeitado e ofendido. Assim, há uma boa quantidade de palavras de baixíssimo calão que todos usam com a maior naturalidade hoje em dia. Vemos essas palavras na boca de homens e mulheres que se consideram pessoas de respeito, na boca de garotas e rapazes, de gente rica e gente pobre, de pessoas de nível universitário e de outras que fugiram da escola. Até as crianças dizem palavrões, impunemente. Para toda essa gente, dizer palavrão é normal.

Você tem coragem de dizer palavrão na frente de um delegado de polícia, na primeira vez que o encontra? Usa palavrões quando fala com seu pai, com sua mãe, com seu sogro ou sua sogra? Diz palavrões quando conversa com o padre ou o pastor da sua igreja? Acha que pode ligar para o prefeito, o governador do estado ou o presidente da República e rechear a conversa com palavras de baixo calão? Usa palavrão quando conversa com seu filho ou sua filha adolescente? Conversa com sua mulher (ou marido) aos palavrões?

Desculpe, mas isso não é coisa normal, não é sinal dos tempos, não é modernismo, nem é motivo de orgulho. É grosseria e falta de respeito.

Incrível! Escrevi um texto sobre palavrões, fui bastante incisivo em certos trechos e não usei um palavrão sequer! Você consegue isso?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não deixe seu melhor amigo para trás.

Um homem e seu cachorrinho caminhavam por uma estrada. O homem desfrutava do lindo cenário quando, de repente, notou que estava morto.

Lembrou-se de ter morrido e de que o cachorro que andava a seu lado também tinha morrido, muito tempo antes. Aonde estariam indo?

Depois de caminharem bastante, chegaram a um lugar onde havia uma longa e alta muralha ao lado da estrada. Parecia feita de fino mármore branco. No topo de uma colina, a muralha se transformava em um lindo arco, que brilhava sob a luz forte do sol.

Quando chegou diante do arco, o homem viu um lindo portão que parecia ter sido construído de madrepérola, e o caminho que levava ao portão era pavimentado de ouro puro. Ele caminhou com o cachorro em direção ao portão e, quando chegou perto, viu um homem idoso, sentado em uma escrivaninha ao lado. Aproximou-se e perguntou:

– Por favor, onde estamos?

-- Aqui é o paraíso, – respondeu o homem.

– Puxa, que legal! Será que posso tomar um copo d’água? – perguntou o homem. O outro respondeu:

– Claro, meu senhor. Entre que vou mandar buscar neste instante. – Ele acenou com o braço e o portão se abriu.

Apontando para o cachorrinho, o homem perguntou:

– Pode dar um pouco para meu amiguinho também?

– Infelizmente não aceitamos animais neste lugar, – disse o idoso.

O homem pensou um pouco e depois virou-se e voltou para a estrada, continuando sua caminhada com o cachorrinho.

Depois de andar durante várias horas, eles chegaram ao topo de outra colina, onde uma estradinha de terra levava a uma porteira que parecia nunca ter sido fechada. Não havia cerca naquele lugar.

Ao aproximar-se da porteira, ele viu outro homem lá dentro, encostado a uma árvore, lendo um livro.

– Com licença, – disse ele ao outro homem. – Posso tomar um pouco d’água?

– Claro, respondeu o outro. – Apontando para o poço, acrescentou: – Fique à vontade.

– E meu amiguinho? – perguntou o homem, apontando para o cachorro.

– Deve haver uma tigela de barro para ele, ao lado do poço.

O homem foi até o poço e tirou um balde d’água. Colocou um pouco na tigela de barro, deu para o cachorrinho e também tomou, até matar a sede. Depois, os dois voltaram para perto do homem encostado à árvore.

– Que lugar é este? – ele perguntou.

– Aqui é o paraíso, – foi a resposta.

– Estou confuso, – disse ele. – Encontrei um velho lá atrás que dizia que aquele lugar também era o paraíso…

– Está falando daquele lugar com a rua pavimentada de ouro e o portão de madrepérola? Não, aquilo é o inferno.

– Não fica irritado por eles usarem o nome do paraíso desse jeito? – perguntou o homem.

– Não, -- respondeu o outro. -- Ficamos contentes porque lá eles recebem todos os que deixam seu melhor amigo para trás…

domingo, 14 de agosto de 2011

Só 200 pessoas?

Só 200 pessoas são contra a corrupção em São Paulo? Inacreditável. Veja a notícia na Folha de São Paulo:

http://www1.folha.uol.com.br/poder/959307-jovens-fazem-manifestacao-na-av-paulista-contra-a-corrupcao.shtml

Parece que a maior parte da população não quer mesmo o fim da corrupção…

sábado, 13 de agosto de 2011

Você é contra, ou a favor da corrupção?

Será que o brasileiro quer mesmo o fim da corrupção que está corroendo o país? É difícil acreditar nisso, porque parece que todo mundo está satisfeito com a situação.

As elites estão muito satisfeitas com a situação, porque podem comprar fiscais municipais, estaduais e federais, podem comprar juízes, podem comprar policiais, podem comprar diretores de autarquias, podem comprar prefeitos e vereadores, podem manipular concorrências públicas nos níveis municipais, estaduais e federais. As elites querem a manutenção do status quo porque lhes permite ficarem cada vez mais poderosas. As elites são respeitadas, invejadas e até veneradas por todos, Não querem o fim da corrupção.

A classe média está satisfeita com a situação. Acredita em tudo que o governo diz, acha que o Brasil saiu do buraco, que o país não tem mais problemas, que está imune para sempre de todo e qualquer tipo de crise e que vai tornar-se uma potência maior do que os Estados Unidos, o Japão e muitos países europeus antes do fim do mandato da atual presidente. A classe média não se preocupa em ter que viver cercada de muralhas ou em ser obrigada a dirigir carros blindados, não se importa com a total falta de segurança, finge que não sabe do enorme poderio dos traficantes de drogas e não olha para o péssimo estado das infra-estruturas nacionais. A classe média usa a corrupção dos políticos como desculpa para sonegar impostos. Está contente em poder pagar as prestações que lhe permitem fazer uma excursão internacional por ano, ao final da qual sempre consegue trazer algum contrabando escondido na mala. No fundo, não quer o fim da corrupção.

As classes mais baixas estão muito satisfeitas com a situação. Há todo tipo de programa federal que rende um dinheirinho fácil, vagas nas universidades, privilégios de todo tipo. Para muitos, nem é preciso trabalhar, porque os programas sociais do governo pagam tudo. A maior parte dessa gente nem sabe o que é corrupção e, portanto, vai votando em quem promete mais. 

A classe política está satisfeitíssima com a situação. Todos os parlamentos nacionais, sejam eles dos níveis municipais, estaduais ou federais, garantem gordos salários e benesses de todo tipo para seus membros. Em todos eles há uma infinidade de oportunidade para negociatas que acabam rendendo muito mais do que os elevados salários e verbas de representação. A classe política certamente não quer o fim da corrupção.

A classe política é sempre apontada como o único foco de corrupção no Brasil, mas a coisa não é bem assim. Há corrupção no executivo e no legislativo, mas também há corrupção no judiciário. E há corrupção nas empresas públicas e nas empresas privadas. Há corrupção na polícia, nos jornais e nas emissoras de rádio e televisão. Há corrupção no comércio e na indústria. Há corrupção nas escolas, nos hospitais, em toda parte. Se você precisa de alguma coisa, qualquer coisa, certamente irá conseguir tudo que quiser se tiver um dinheirinho para corromper alguém. É assim a nossa cultura.

Todas as classes sociais brasileiras aplaudem quando algum articulista escreve um texto bem elaborado criticando os corruptos e todo mundo dá gostosas gargalhadas quando os comediantes fazem piada, no rádio ou na TV, sobre a corrupção. Todos  comentam a respeito e poucos percebem que estão rindo de si mesmos.

Você também está satisfeito com a situação? É daqueles que criticam os corruptos mas, no fundo, gostariam de estar no lugar deles? Contenta-se em receber e passar adiante milhares de e-mails e PowerPoints que alguém compôs como crítica?

Ou você realmente é contra a corrupção? Gostaria de ver o país livrar-se desse câncer? Teria coragem de reagir, de manifestar-se abertamente contra os corruptos, de lutar contra os poderosos para mudar esse quadro vergonhoso? Seria capaz de correr riscos e de mostrar seu repúdio a pessoas que você conhece, que estão perto de você e que sabe que são corruptas?

Deve haver muita gente disposta a tornar o Brasil um país melhor. Espero que você seja uma dessas pessoas e que comece a perguntar a si mesmo o que pode fazer, como pode agir imediatamente para melhorar o país. Se chegar à conclusão de que nada pode fazer sozinho, pense em unir-se a outros, que querem a mesma coisa. Acredite, a união faz a força.

Reaja, antes que seja tarde demais. Eu estou tentando fazer a minha parte, e assino embaixo...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mais um corrupto na cadeia.

Tratavam-no com todo respeito, ele era o “meritíssimo” juiz de direito, titular da Vara de Menores no condado de Luzerne, em Pennsylvania, USA. Mas o indivíduo era um crápula dos maiores. Chama-se Mark Clavarella, e vai ter que trocar o terno caro por um macacão alaranjado….

Clavarella foi preso, julgado e, ontem, condenado a 28 anos de reclusão. Também será obrigado a pagar um milhão de dólares em restituição às suas vítimas. Nada de prisão domiciliar, nem prisão em sala especial. Cadeia comum mesmo!

Que esse sujeito fez? Simplesmente usava sua posição para condenar jovens ao internamento em reformatórios particulares. Esses reformatórios recebem uma determinada verba do governo por cada jovem internado por ordem judicial, e davam uma comissão ao tal juiz. Que sujeira, não?

O importante aqui é que o cara era juiz de direito, figura importantíssima no tal condado de Luzerne.

Sua sujeira foi descoberta, ele não se livrou da cadeia e ainda vai pagar uma pesada multa. Não era intocável, como muitos juízes se consideram…

http://www.cnn.com/2011/CRIME/08/12/pennsylvania.judge.sentenced/index.html?eref=mrss_igoogle_cnn

O_juiz

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Por onde você anda?

Fizeram-me essa pergunta esta semana.

Doente? Não.

Ocupado? Não muito.

Sem assunto? De jeito nenhum!

Sem inspiração? Também não.

Então, o quê?

Vou responder com uma palavra: projetos!

Sim, estou perdendo meu tempo com projetos. Bem, talvez não esteja perdendo meu tempo, mas investindo-o.

Por quê? Não pode uma pessoa que se aproxima dos 71 anos de vida acalentar novos sonhos, desenvolver projetos novos?

Desde que eu era muito jovem, decidi que jamais iria me aposentar, no sentido de aposentar-me para parar de trabalhar. Sou aposentado e recebo mensalmente da previdência uma certa quantia, que poderia ser considerada como pagamento pelos menus 50 e tantos anos de contribuição. Cá entre nós, acho que o que me mandam todos os meses não paga nem pelos primeiros cinco anos em que trabalhei. Mas, vá lá. Afinal, não sou o único aposentado que recebe uma ninharia todos os meses…

Enfim, aposentei-me oficialmente, mas não parei de trabalhar. Se tivesse parado, acho que não estaria mais aqui, porque simplesmente não suporto a ideia de fazer nada. Então, continuo trabalhando, porque gosto muito do que faço, porque o dinheiro não faz mal a ninguém e porque não posso ficar parado! E, nas horas de folga, dedico-me a projetos.

Sugiro que você faça a mesma coisa. É muito bom pensar, imaginar, bolar coisas diferentes, exercitar a massa cinzenta! Se não exercitamos o cérebro, ele vai se atrofiando, vai perdendo a capacidade de sonhar, de imaginar, de apreciar as boas coisas da vida, que são muitas e, na verdade, custam nada.

Um dia me disseram que os velhos são incapazes de criar, e que a capacidade criativa de um indivíduo atinge seu ponto mais alto por volta dos 25 anos de idade. Será? Não sei, não… Minha cabeça ferve todos os dias, cheia de idéias, planos, maquinações. Sempre foi assim.

Devo admitir que tem muita coisa que eu fazia aos 25 anos de idade e que, agora, não dá mais para eu fazer. O físico mudou muito, claro. Mas tem coisas que ainda faço sem problemas.

Com licença. Agora preciso cortar a grama em volta de minha casa…

 

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Conceitos muito diferentes.

Nenhum governo dos Estados Unidos, seja o federal, os estaduais ou os municipais, pode gastar um centavo sequer do dinheiro público em propaganda. Quando o governo empreende uma obra, só é colocada uma placa na própria obra, para identificar o projeto. Nada de anúncios pelo rádio, TV, jornais ou revistas.

As obras viárias, como pontes, viadutos ou estradas, quase nunca são inauguradas com cerimônias oficiais. Quando a obra é completada, ela é simplesmente aberta ao tráfego, geralmente durante as primeiras horas da madrugada.

Nenhum governo dos Estados Unidos, seja ele o federal, os estaduais ou os municipais, é dono de emissoras de rádio, com uma única exceção, a “Voz da América.” Essa emissora, conhecida no mundo inteiro, pertence ao governo federal dos Estados Unidos e é custeada totalmente com verbas governamentais. Dedica-se abertamente à propaganda dos Estados Unidos, mas tem um detalhe que pouca gente conhece. A “Voz da América” não transmite para dentro dos Estados Unidos, só para o exterior e está proibida de fazer propaganda do governo dentro do país.

Em países como o Brasil, existem as chamadas emissoras oficiais, as redes de rádio e TV educativas, por exemplo. A nível nacional, existe a EBC, ou a Empresa Brasil de Comunicação. Emissoras como essas são de propriedade do governo federal ou dos governos estaduais, e são totalmente custeadas com verbas públicas. É o que podemos chamar de empresas “públicas” no Brasil.

Nos Estados Unidos, o conceito de empresas “públicas”, na área de comunicações, é completamente diverso. Existe uma grande empresa nacional de Rádio, chamada NPR, ou National Public Radio (Rádio Pública Nacional), sediada em Washington, que coordena a programação de toda uma rede nacional de emissoras independentes, também chamadas de rádios “públicas”. Praticamente toda cidade importante do país tem uma dessas emissoras, e são centenas no país inteiro, inclusive no Alasca e no Havaí.

Certos programas da NPR são transmitidos em rede nacional, mas nem todos. As emissoras “públicas” locais também produzem seus programas e alguns desses programas produzidos localmente são distribuídos para o país todo ou para algumas emissoras apenas.

A NPR é a maior das redes de emissoras de rádios “públicas”, mas existem outras redes, também “públicas”. E existem redes “públicas” de televisão, a maior das quais é a PBS, também sediada em Washington.

Coloquei a palavra entre aspas para explicar como é o conceito de emissoras “públicas” de comunicações, aqui nos Estados Unidos, e há uma diferença fundamental, em relação às emissoras “públicas” do Brasil. Aqui, o governo nada tem a ver com as emissoras, embora contribua anualmente com uma verba fixa. Os governos estaduais também destinam uma verba às emissoras “públicas”. Porém, a maior percentagem dos orçamentos dessas emissoras é custeada exclusivamente por contribuições particulares, isto é, contribuições voluntárias de empresas, fundações e indivíduos. As empresas e fundações contribuem porque suas contribuições podem ser descontadas do imposto de renda. O mesmo ocorre com os indivíduos.

As emissoras “públicas” nos Estados Unidos não vendem publicidade. Elas só podem mencionar os nomes  e um slogan de seus contribuintes, na abertura e encerramento dos programas, e só mencionam um ou dois nomes de cada vez.

Esse sistema permite uma maior independência editorial às emissoras. Elas não ficam sujeitas aos ditames dos políticos, nem das grandes empresas.

Ao contrário das emissoras “públicas” no Brasil, cujos diretores são quase todos escolhidos de acordo com critérios políticos e geralmente nem pertencem à área de comunicações, as diretorias de emissoras públicas nos Estados Unidos são formadas quase que exclusivamente de especialistas na área de comunicações. Assim, a qualidade dos programas é excelente. Se você não acredita e quer conferir, sugiro que ouça estas emissoras pela Internet:

WBGH, Boston -  http://www.wgbh.org/includes/playerPopStream.cfm?station=objAllClassical

WKED, Pittsburgh - http://www.wqed.org/fm/listen.php

WETA, Washington - http://www.weta.org/files/streamingprerolls/preroll_8002.asx

Os links acima são das programações de música clássica dessas emissoras. Mas todas elas também transmitem programas noticiosos e outros. Se você fala inglês, visite o site de cada uma delas e procure ouvir os outros programas.

As emissoras públicas nos Estados Unidos podem ser ouvidas como qualquer outra emissora de rádio, e as de TV podem ser vistas como qualquer emissora de TV. Ninguém é obrigado a pagar para ouvir (como acontece em países da Europa) e contribui quem quiser contribuir. Os políticos não mandam nada nessas emissoras, e os governos não podem ordenar que façam coisa alguma, nem censurar sua programação.

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