UMA BREVE REFLEXÃO

segunda-feira, 21 de março de 2016

Obama e o grampo telefônico.

  Outro dia eu mencionei no Facebook o caso de um advogado americano, Rod Blagoyevich, que foi preso, julgado e condenado a 15 de reclusão por corrupção. Qual o crime dele? Bom, cometeu vários crimes, mas a sua condenação foi por ter tentado vender o mandato de Barack Obama como Senador.
  Explico: nos Estados Unidos, cada estado tem dois Senadores em Washington. Quando se abre uma vaga, pela morte de um Senador ou por outro motivo, o governador do estado de origem desse Senador ganha o direito de nomear um sucessor para cumprir o restante do mandato vago. Quando Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos pela primeira vez, ele era Senador pelo estado de Illinois (leia-se Chicago), governado por Blagoyevich. Obama deixou o Senado para ser presidente, e então Blagoyevich podia nomear o sucessor de Obama ao Senado Federal.
  Outra explicação: nos Estados Unidos nós podemos dizer "Senado Federal" porque existem senados em quase todos os estados. No Brasil, não. No Brasil só existe um Senado. Então, é errado dizer "Senado Federal" no Brasil.
  Pois bem: Blagoyevich viu aí uma ótima chance de faturar alto. Procurou alguns amigos e anunciou que a vaga de Obama no Senado estava à venda e levaria quem pagasse mais. O FBI descobriu tudo, houve um rápido processo de impeachment, o cara caiu e acabou em cana. Quinze anos em cadeia comum, junto com todos os outros prisioneiros! Nada de cela especial.
  Não me lembro dos detalhes, mas acho que houve grampo em muitos telefones. Por isso é que o cara caiu. O presidente Obama era amigo de Blagoyevich, que também era do Partido Democrático. Na campanha à Presidência, encontraram-se várias vezes e Blagoyevich deu o seu apoio ao candidato Obama. Diante disso tudo, eu imagino que os dois devem ter conversado, enquanto Blagoyevich tentava vender o mandato de Obama. Aposto que o presidente deve ter dito a ele que deixasse disso, que não se faz uma coisa dessas, etc. e tal. Blagoyevich não ouviu e se ferrou.
  Agora, a conclusão lógica: o telefone de Blagoyevich foi grampeado, certo? E por que não se descobriu nenhuma gravação do Obama conversando com ele? Porque o presidente americano não é burro e certamente não iria ficar falando ao telefone com um criminoso, combinando com ele alguma estratégia para enganar o povo e dar o golpe de Estado! Não iria sujar as suas mãos conversando com um sujeito que estava sendo investigado.  O presidente dos Estados Unidos não é burro!
   A presidente do Brasil foi burra... Agora não adianta tentar mudar tudo, esbravejando e gritando que o juiz Moro cometeu um crime. Foi burra e fez o que não devia. Falou com uma pessoa que estava sob investigação e falou o que não devia falar. Falou com um homem cujo telefone tinha sido LEGALMENTE grampeado, porque ele estava sendo investigado. Ferrou-se.
  E não fique dizendo que, nos Estados Unidos, grampear o telefone do presidente dá cana. Não dá, não, porque nos Estados Unidos ninguém está acima da lei, muito menos o presidente. Nixon foi grampeado, certo? Mas o seu telefone, Dona Dilma, o seu telefone não foi grampeado! O grampo estava na outra ponta da linha! Ponha isso na cabeça e assuma as consequências!

domingo, 20 de março de 2016

O valor do exemplo.

  Quando a gente sabe que tem câmera na rodovia, tira o pé do acelerador. Quando aparece um carro de polícia, na rodovia ou mesmo na cidade, todos os motoristas ficam bem comportadinhos.

Aqui nos Estados Unidos, é comum encontrar um carro da polícia rodoviária parado, atrás de um motorista qualquer. Vemos isso toda hora no cinema. A gente sabe que o cara está sendo multado, provavelmente por excesso de velocidade. O que todo mundo faz? Desacelera e reduz para aquém do limite postado na sinalização. E isso funciona mesmo, porque as luzes do carro da polícia piscando são vistas de longe, nos dois sentidos do tráfego. É o exemplo. Quando alguém se ferra, todo mundo abre os olhos e procura não se ferrar também.
  De vez em quando se ouve falar, nos Estados Unidos, em algum caso de gente famosa que foi pega sonegando imposto de renda. Um caso bem recente foi o do ator Wesley Snipes, que sonegou, saiu do país para se livrar da punição, mas voltou e foi pego. O caso dele foi primeira página em quase todos os jornais do país, por vários dias. É o exemplo, Quando uma pessoa famosa é pega sonegando imposto de renda, todo mundo passa a pagar os seus impostos direitinho.
  No caso do imposto de renda, tem gente que pensa que só quem sonega milhões cai na malha fina. Nada disso. Todo mundo que sonega entra pelo cano...
  O que tem isso a ver com a atual situação do Brasil? Ora, os exemplos estão sendo dados. Senão, vejamos. Aposto que nenhum corrupto, seja ele do governo ou das empreiteiras, está conversando abertamente ao celular. Estão todos medindo bem as palavras e, em muitos casos, até evitando o uso do telefone celular, por causa dos grampos contra Lula e a sede do Instituto Lula. O exemplo do que aconteceu com Dilma e Lula está funcionando.
  Toda a confusão jurídica em torno da nomeação do ex-presidente Lula para o Ministério também deve estar servindo de exemplo para muita gente, que sabe que é preciso ter mais cuidado ao tentar enganar a justiça e, especialmente, o povo.
  Enfim, o bom exemplo deve ser dado quando queremos ensinar alguma coisa aos nossos filhos. O bom exemplo deve ser sempre uma meta importante para nós. E o exemplo da punição, da força e da coerção deve ser dado para coagir, para intimidar, para impedir a criminalidade.
   Certo?

sábado, 19 de março de 2016

Uma prisão "aceitável".

   Todos sabem que eu visito uma prisão, aqui no Sul da Fórida, todas as noites de segunda-feira. A prisão se chama "Dade Correctional Institution" (Instituição Correcional de Dade). Dade é o nome do condado (comarca) em que se encontra a prisão. A localização exata do presídio é em Florida City, que fica ao sul de Miami, a 40 km da minha casa.


Vou na condição de voluntário, com um companheiro cristão, Bob Nelson, que leva vídeos para os prisoneiros assistirem, e sempre tem uma mensagem a respeito do conteúdo do vídeo. Algumas vezes Bob mostra um filme completo e depois abre uma discussão com os detentos, sobre o tema do filme. Nessas discussões há lugar para críticas, elogios, arrependimento, depoimentos e principalmente esperança!
  Não posso mostrar coisa alguma porque é proibido tirar fotos lá dentro da prisão, e também é expressamente proibido entrar levando o telefone celular. Afinal, ali há todo tipo de criminoso, desde assassinos condenados à prisão perpétua, até ladrões de banco, falsários, estupradores, traficantes de drogas, e assim por diante. Mas são todos pessoas humanas, a maioria das quais está profundamente arrependida dos erros cometidos.
  Mas não quero falar dos presos. Quero falar da prisão.
  Vejam a foto acima. É da portaria de entrada. À direita da foto, a entrada para veículos. Tudo com muita seguranca, mas com muito espaço, muito verde, sem muralhas, apenas com duplas filas de telas encimadas por malha de segurança. O estacionamento onde está meu carro, também é amplo e arborizado, com espaços bem demarcados. Até para as motos há um espaço reservado ali. Observe que, na frente do meu carro, os espaços são reservados para estacionamento de deficientes. Ninguém estaciona ali, se não for deficiente com o devido registro. A multa é de 280 dólares!
  Clique na foto para ver em tamanho ampliado.
  Lá dentro, nós nos encontramos com os detentos num pavilhão que chamam de capela. Existem diversas salas, com carteiras e quadros negros, como se fossem salas de aulas, salas essas reservadas para os voluntários como nós. Há salas para os judeus, os católicos, os evangélicos e até para os muçulmanos. Cada grupo se reúne em um dia da semana, sempre à noite.
  As reuniões se realizam à noite porque, durante o dia, todos os presos trabalham. Os que têm penas mais leves e mostram bom comportamento, podem trabalhar na rua. Isto é, em coordenação com o Departamento de Obras, a prisão forma equipes que saem às ruas em grupos, para cortar a grama em espaços públicos, tapar buracos nas vias públicas, consertar a sinalização e coisas assim.
  Ao contrário do Brasil, os presos aqui não têm "auxílio reclusão" e não ganham coisa alguma, exceto o que recebem pelo trabalho que fazem.
  Não há excesso de presos. Todos têm o seu espaço nas celas que, infelizmente, não posso visitar.
  Os presos que quiserem, podem estudar. Há facilidades para que eles tirem o seu diploma de primeiro grau na própria prisão, e depois podem estudar à distância. Há computadores para isso e um dos presos que encontro todas as semanas está estudando para o seu DOUTORADO em Ciências da Religião. É um homem que foi condenado à prisão perpétua por homicídio. É mole?
  Nós nos reunimos na biblioteca, um salão enorme, de uns 600 metros quadrados, com duas paredes cheias de livros e revistas, inclusive grandes obras de literatura e Bíblias em vários idiomas. Num dos lados, uma tela de 5x3 metros, e um projetor ligado ao computador onde Bob põe os vídeos para apresentar aos detentos. Ar condicionado, claro, e cadeiras bastante confortáveis, arrumadas como em um cinema, com capacidade para mais de 200 presos. Geralmente nos reunimos com uns 80 deles.
  Em nenhuma parte dessa prisão eu vi grades de ferro. Existem apenas telas de arame e as janelas de todos os prédios que eu vejo ali são janelas comuns. Nada de grades. Os prédios são todos térreos.
  É evidente que se trata de espaço para conter presos de periculosidade mínima. Mesmo assim, vejo ali um lugar onde é possível ter uma vida produtiva, apesar do confinamento. São criminosos que não recebem dinheiro do Estado, que trabalham, estudam, exercitam-se e participam de Estudos Bíblicos.
  Os homens  que estão detidos neste lugar têm todas as condições para se reabilitarem perante a sociedade. Muitos daqueles com quem eu converso todas as semanas, me falam dos planos que têm, para quando saírem da prisão e estão aproveitando de tudo que o presídio oferece para se prepararem para a vida, depois que cumprirem a sua pena. 
  Qualquer semelhança com as cadeias do Brasil é mera coincidência...

Mudança de planos, mais uma vez...

  Agora a decisão veio do Supremo, furando de uma vez por todas o plano de blindar o Sr. Luiz Inácio da Silva. Ele ficou sem o tão sonhado foro privilegiado e ainda vai ter que encarar de frente o Juiz Moro. Ficou sem o Ministério que queria ter, e sem a chance de uma revanche contra Moro e contra todos que o acusam de atos ilícitos. Sim, porque o homem certamente iria usar da sua posição de super ministro para barrar investigações e "otras cositas más."

 Não deu. A decisão do Ministro Gilmar Mendes foi um balde de água gelada nesse plano maquiavélico que poderia levar o Sr. Luiz Inácio à almejada posição de presidente, de ditador.
  Uma das grandes verdades populares é o ditado de que "o peixe morre pela boca." Não fossem os grampos, nos quais ficou evidenciada a intenção de colocar o Sr. Luiz Inácio no Ministério, para que ele tivesse foro privilegiado, o plano teria vingado. Mas eles falaram demais, abriram a boca na hora errada, e todo mundo ficou sabendo do crime. Ofenderam várias instituições, e até mesmo os Ministros do Supremo, coisa que nenhum idiota deveria fazer. Falaram um montão de palavrões, deixaram a céu aberto toda a sujeira que fizeram .

  O grampo foi aprovado pela justiça. E o alvo do grampo era uma pessoa que estava sendo investigada pela justiça. Ninguém grampeou a presidente da República. O grampo estava no outro lado da linha. Quem mandou ela ficar conversando com um criminoso?
 
  E o telefone do Ministro Jacques Wagner também não foi grampeado. O grampo estava no outro lado da linha, na sede do Instituto Lula. Era parte da investigação sobre a mesma pessoa com quem a presidente Dilma conversou. O alvo dos grampos sempre foi o Sr. Luiz Inácio. Em país nenhum se prende um juiz que está investigando criminosos. Bom, talvez em Cuba, ou na Venezuela...
   
  Quando Dilma sair, ela não vai sozinha. Com ela irão pra rua os milhares de apaniguados, todos os que conseguiram excelentes empregos no governo federal só porque eram do PT ou porque apoiavam incondicionalmente a presidenTA.  Os cabides de emprego, todos aqueles ministérios sem função, que queimam uma grana lascada e não fazem nada, também vão fechar.

  Além de estar muito preocupada com a quase certeza de que o impeachment da presidente Dilma será aprovado, a alta cúpula do PT deve estar procurando outra saída para as comunicações entre seus membros. Por telefone não dá mais. Nunca se sabe qual telefone foi grampeado. E isso vale para todos os outros corruptos, os dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e para as empreiteiras também. Amigos, podem jogar fora os seus telefones celulares e buscar outro meio para se comunicarem...

sexta-feira, 18 de março de 2016

Governo democrático? Acho que não...

Não posso considerar democrático um governo que cometeu flagrante estelionato eleitoral, prometendo não aumentar energia, combustíveis e impostos e decretando esses aumentos imediatamente depois de eleito. Não considero democrático um governo que promete aumentar as conquistas da chamada "classe trabalhadora" (eu não sou vagabundo, também sou trabalhador) e que, dias depois de eleito, derruba mais algumas dessas conquistas.
Democracia é governo do povo, pelo povo, para o povo. Entendido?
Democracia não é fomentar a luta de classes, não é pregar a divisão de raças, não é lançar os ricos contra os pobres e vice-versa, não é prometer reformas que nunca são feitas, não é inchar a máquina pública para dar empregos milionários aos correligionários, não é fazer todo o possível, legalmente ou não, para se perpetuar no poder. 
Democracia é governo do povo, pelo povo, para o povo. Democracia não é ofender pessoas com palavras de baixo calão gritadas aos quatro ventos; não é apregoar a guerra aberta, ameaçando agir com um "exército" formado por criminosos que invadem propriedades alheias e destroem tudo que podem destruir.
Democracia é governo do povo, pelo povo, para o povo. O povo! O povo negro e o povo branco também, o povo pobre e o povo rico também, o povo dono de indústria e o povo que trabalha na indústria também, o povo dono de terras e o povo que trabalha nessas terras também.
Democrata é o governante que procura o bem comum, não o governante que conquista o apoio popular oferecendo migalhas, enquanto faz negociatas com empresários criminosos e milionários, tornando-se milionário também. E, principalmente, é o governante que fala abertamente e não aquele que decide tudo na calada da noite, que vive cheio de segredos e que reage com violência quando os segredos de suas negociatas saem à luz.
Democracia é governo do povo, pelo povo, para o povo.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Banana Republic

  "Banana Republic" é uma expressão pejorativa, bem ofensiva, que se usa aqui no país onde moro e que tem o mesmo valor que a palavra "republiqueta". Evidentemente, ninguém aceita essa ofensa, ninguém admite que o seu país natal possa ser uma "Banana Republic." Mas há algumas características que nos permitem identificar um país que se rebaixa a esse nível.
  Por exemplo, consideremos a questão dos privilégios. Quando uma certa camada de uma sociedade vive de privilégios, que essa mesma camada define e defende, a tal sociedade corre o risco de já ser uma Banana Republic. Assim: quando o poder legislativo de um país determina que seus membros têm "foro privilegiado", e que eles não podem ser julgados pela justiça comum, a sombra da Banana Republic está pairando sobre o país. Foro privilegiado por quê? Se são processados, que enfrentem a justiça comum, como todos os outros cidadãos!
  E a lista de privilégios de "Suas Excrecências" é muito longa. Quando são acusados de algum indecoro, têm direito ao voto secreto. Esse voto secreto tem duas finalidades. Primeiro, esconder dos eleitores o resultado da votação e, segundo, dar chance aos acusados de comprar quantos votos conseguirem comprar, para se livrarem das acusações. Banana Republic!
  "Suas Excrecências" decidem de quanto devem ser os seus salários, e aumentam à vontade os seus vencimentos. Mas não se contentam com isso. Votam para si mesmos todo tipo de ajuda de custos, auxílio moradia, seguro médico-hospitalar de primeira qualidade, mais de um gabinete com dezenas de funcionários, passagens aéreas à vontade, aposentaria integral e vitalícia, carro de luxo com motorista 24 horas por dia, ext. etc. etc., tudo pago pelos cofres públicos. Essas são prerrogativas dos legisladores de toda Banana Republic. Mas ainda não é o bastante. "Suas Excrecências" também usam do privilégio de seus cargos para cobrar propinas milionárias, de empreiteiras altamente especializadas em manipular concorrências públicas e esconder as provas das propinas que pagam.
  Em uma Banana Republic os criminosos que têm diploma universitário não vão para prisões comuns. Eles têm direito a prisões especiais e muitas vezes ficam em casa, em prisão domiciliar. Mas, qual é a diferença entre criminoso com diploma universitário e criminoso sem diploma? Pra mim, criminoso é criminoso! Ah, mas numa Banana Republic não...
  Como disse o ex-presidente Luiz Inacio da Silva, quando ainda era um simples líder sindical, no Brasil, criminoso rico vira Ministro. Acho que essa é a maior característica de uma Banana Republic: o criminoso que tem dinheiro nunca é condenado por seus crimes, é altamente respeitado e pode até chegar a ser Presidente da República... Presidente da Banana Republic!

Como é que vai ficar o Brasil?

  O sistema todo está corrompido. E aí, vem a pergunta: caindo a Dilma e o Lula, quem assume é o Temer, certo? Aí, o PMDB, que é um partido bem grande, vai encher o governo de gente amiga. Bom, mas isso não importa muito. O que importa é que Temer não é nenhum santo, e o partido dele detém a presidência do Senado e a presidência da Câmara Federal. Domínio total.
  Que é que essa gente vai fazer, nesse caso? Ninguém deve esperar um governo honesto, sem corrupção, sem maracutaia, sem sujeira. Quer dizer, caindo a Dilma e o Lula, tudo continuará como dantes, no quartel de Abrantes... Só vão mudar os nomes.
  Todos sabemos que Renan e Cunha têm as mãos bem sujas. Eles vão continuar no governo e vão estar fortalecidos, se Temer realmente for elevado à Presidência. Você acha que eles vão se emendar e fazer tudo direitinho, como o povo espera que façam? Só se você acreditar no Papai Noel e no coelhinho da Páscoa...
  No seu lugar, eu não deixaria de ir à rua para protestar, mesmo com a queda da Dilma e do Lula. É preciso continuar, porque, segundo entendo, as manifestações não foram e não são apenas pela saída da Dilma e do Lula, mas pelo fim da corrupção. E, para acabar com a corrupção, precisamos de uma reforma profunda nesse sistema político canceroso!
  De um momento para outro o brasileiro aprendeu que pode fazer muito mais do que imaginava que poderia fazer. O brasileiro aprendeu que, unindo suas forças com os amigos e com os vizinhos, e fazendo panelaços e buzinaços e saindo às ruas para protestar, seja num domingo de sol ou numa noite de quarta-feira, os seus gritos serão ouvidos.
  O gigante está de pé, e precisa continuar aí, de punho cerrado, pronto para fazer valer os seus direitos! Não só agora, não só contra o PT, mas sempre! Vigilante, preparado, num piscar de olhos, para limpar a lama que encobre o país!

Voltando a 1954.

  É, sou velho, mas ainda tenho lenha pra queimar!
  Eu tinha 14 anos e me lembro bem de quando o Getúlio se matou, em 1954, fugindo covardemente do cerco que lhe armavam os militares, por causa do envolvimento do então presidente no atentado contra Carlos Lacerda. A crise foi crescendo, crescendo e, de repente, quando getúlio disparou o tiro que o mataria, parecia que o país ia pegar fogo. Os getulistas choravam, sem saber o que fazer. Os outros, comemoravam nas ruas.
  Getúlio era o exemplo perfeito de líder populista. Seus discursos começavam sempre com as palavras: "Trabalhadores do Brasil!" Ele era o líder do partido que criou, isto é, o PTB original, o Partido Trabalhista Brasileiro. Qualquer semelhança com o líder populista de hoje e o partido dele, eu acho, é mera coincidência.
  O fato é que Getúlio Vargas queria ter o Brasil no bolso, e usava os menos favorecidos como massa de manobra para alcançar os seus objetivos. A bem da verdade deve-se dizer que algumas das maiores conquistas trabalhistas ainda em vigor nasceram nos governos dele, Getúlio Vargas. Não foram criação do PT. Também foi Getúlio quem inventou a Petrobrás, com o bordão que ele também inventou: "o petróleo é nosso!"
  Mas Vargas tinha opositores. O maior deles era o jornalista e líder político Carlos Lacerda, que tinha sido comunista na juventude, mas que, mais tarde, tinha se voltado contra o comunismo, para se tornar um líder conservador. Vargas o odiava.
  O atentado da Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, contra a vida de Lacerda, foi imputado a Gregório Fortunato, chefe dos guarda-costas do presidente. Mas isso nunca ficou provado.
  Enfim, parece que vários detalhes dessa história estão se repetindo. Dois líderes populistas usando a camada menos favorecida da população como massa de manobra; dois políticos fazendo tudo que podem para alcançar os seus objetivos; dois homens que se se põem acima da lei e que vão, aos poucos, cometendo erros crassos, que só fazem a crise se agravar.
  Hoje, dia 17 de março, podemos observar um fato interessante, isto é, um bando de ratos abandonando o navio que naufraga. De repente, todo mundo é a favor do povo e contra o governo. Dançam conforme a música.
  Aposto que, além dos personagens principais, há centenas de coadjuvantes nesse drama, que morrem de medo de juízes e promotores federais.
  Como disse um parente meu de Maringá, vão faltar algemas na Polícia Federal para por todos eles a ferros.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Um efeito positivo do golpe de Estado de hoje

  Desde que o Brasil existe, e especialmente depois da Proclamação da República, sempre tivemos certos tipos de negociatas não muito elogiáveis. É verdade que as negociações fazem parte do processo político e seria impossível governar sem negociar. Mas negociatas, não! Em geral elas dão enormes prejuízos ao país, como estamos vendo desde que o PT conseguiu, finalmente, assumir o poder.
  Eu digo que as negociatas "em geral" causam prejuízos ao país porque me lembro de um certo presidente maranhense, que queria mais um ano de mandato. Como presidente, ele conseguiu até cavar uma vaga na Academia Brasileira de Letras e queria, a todo custo, manter o cetro real por mais um ano. Tinha que obter apoio no Congresso, e deu um jeito de comprar o apoio que queria, distribuindo entre os parlamentares centenas de concessões para emissoras de rádio e televisão pelo país inteiro. Com isso, obteve a prorrogação do seu mandato por mais um ano.
  Esse tipo de negociata não deu prejuízo direto ao país porque, afinal, as concessões para rádio e TV não têm um custo financeiro direto. Mas foi uma maneira não muito elegante de comprar o que ele queria.
  Bom, tudo isso para dizer que o que estamos vendo agora no Brasil, embora seja lamentável e preocupante, tem um lado fortemente positivo. Agora eu acho que podemos, finalmente, dizer com certa segurança que o gigante despertou! Nunca antes na história desse país tanta gente tomou consciência da corrupção e dos desmandos do governo federal. Nunca antes tanta gente se revoltou contra os covardes atos de um homem que se julga acima da lei, capaz de se rebaixar ao ponto de roubar crucifixos e faqueiros de ouro que pertencem ao povo.
  As manifestações de domingo passado foram só o começo, na minha opinião. Os de Brasília, isto é, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário também, acharam que era brincadeira, porque só uns 2 milhões de pessoas (segundo eles) participaram das manifestações, Num país de 220 milhões de habitantes, eles achavam que os gritos de menos de 1% da população não significavam coisa alguma. E partiram para o confronto, chegando ao cúmulo de dar um golpe de Estado com a nomeação de Lula como Ministro.
  O resultado é que, agora, os "poucos milhões" que participaram da manifestação de domingo passado estão muito mais irados. E o número de descontentes e revoltados está crescendo. Até os parlamentares da oposição em Brasília, que nunca fizeram nada além de proferir alguns discursos inócuos no Congresso, estão se levantando contra os atos despóticos de uma gangue que se diz "democrática" e "progressista." E esses parlamentares chegaram quase ao confronto com a tropa de choque da Dona Dilma.
  É, eles estão brincando com fogo e, pelo que estou vendo, vão acabar se queimando...

Beco sem saída...


  Vejam só o problema que o Sr. Luiz Inácio da Silva me criou: como é que eu vou explicar por aqui a manobra de um ex-presidente da República do Brasil que, investigado pela justiça e na iminência de ser preso, voltou ao poder com um cargo de Ministro no governo federal, com a única e exclusiva finalidade de se esconder à vista de todos? Como é que eu vou explicar o comportamento desse senhor, um ex-presisdente da República, que fala palavrões em público, na frente de câmeras e microfones, para o mundo inteiro ouvir? Como é que eu vou explicar o flagrante desrespeito desse senhor pelas instituições brasileiras, as quais ele ofende abertamente? Como é que eu vou explicar as claras ameaças que esse senhor faz, de que tem um "exército" paralelo à sua disposição, para enfrentar quem quer que se meta no seu caminho?
  Como é que eu vou explicar a atitude da Sra. Presidente do Brasil, que se curva aos desígnios do ex-presidente, deixando que sua autoridade seja minada assim, sem mais nem menos? Como é que eu vou explicar o envolvimento da Sra. Presidente no escândalo da tentativa de silenciar um senador da República, seu ex-líder no Senado, que fez acordo de delação e está entregando todo mundo?
  Como é que eu vou explicar o comportamento de vários milhões de brasileiros que, depois de uma linda e pacífica manifestação no domingo, cruzaram os braços e ficaram confiando em uma reação favorável de parte de Brasília? Como é que eu vou explicar o modo como se aceita, no Brasil, a presença de centenas de corruptos contumazes nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais negociam seus votos e seu apoio a peso de ouro, servindo a quem pagar mais?
  Como é que eu vou explicar o comportamento espúrio de dezenas de empreiteiras que crescem extraordinariamente graças ao superfaturamento de obras, não só no Brasil, mas em outros países também? 
  Pior ainda, como é que eu vou explicar aqui que, mesmo quando certas pessoas têm sua culpa provada e comprovada, seguem na sua vida normal, presidindo casas do Congresso, fazendo todo tipo de negociatas, sem dar explicação alguma?
  Viram? Estou nesse beco sem saída porque aqui também tem corrupção, mas ao se descobrir isso, os culpados são investigados rapidamente, são julgados e vão pra cadeia comum, sem essa pahaçada de foro privilegiado, nem celas especiais para portadores de diploma universitário e outros expedientes para escapar das garras da justiça. 
  E aí, tem gente que me critica quando digo que não tenho vontade de ir ao Brasil nem a passeio! Não vou mesmo! E aqui, procuro me misturar aos nativos, falando inglês e me comportando como gente da terra. É, tenho vergonha de ser brasileiro, sim. E acho que dá pra entender por quê. 

terça-feira, 15 de março de 2016

Vergonha de ser brasileiro...

  Há corruptos em todos os partidos politicos. Há corruptos em todas as camadas da sociedade. Ora, há corruptos em toda parte, no mundo inteiro.
  Eu me lembro de quando era menino, das falcatruas do governador Adhemar de Barros, que se tornou um dos homens mais ricos do Brasil graças ao superfaturamento de obras como a Via Anhanguera, a Via Anchieta e o Aeroporto de Congonhas, por exemplo. Devo reconhecer que foram obras muito bem feitas, que até hoje nos servem, e muito bem! Mas renderam muitos milhões a Adhemar de Barros e às empreiteiras.
  Paulo Maluf, todo mundo sabe, também faturou alto com o Minhocão, o túnel Ayrton Senna e outras obras. Membro de uma das famílias mais ricas do país, Maluf não se contentou com a fortuna da família e queria mais, muiito mais!
  Não sei se Juscelino Kubistchek ganhou muito com a construção de Brasília, mas não ponho a mão no fogo. E aposto que as empreiteiras superfaturaram por lá também.
  E a Transamazônica, que a floresta retomou? Também rendeu milhões de dólares para as empreiteiras. Isto é, nem os governos militares foram 100% honestos.
  Bom, como eu disse, o Aeroporto de Congonhas, a Via Anhanguera, a Via Anchieta e Brasília estão aí, muitas décadas depois de sua construção, com corrupção ou não.
  O problema que eu vejo nesse tipo de corrupção, ou seja, no superfaturamento de obras públicas, é que os governantes e as empreiteiras continuam roubando dos cofres públicos, mas as obras que fazem hoje em dia não vão durar muito. Pretende-se apenas que sejam úteis durante dois ou três mandatos, isto é, até que um novo escândalo faça o povo esquecer das mazelas passadas.
  Como eu disse acima, há corrupção no mundo inteiro e temos casos recentes nos Estados Unidos, na França, Inglaterra, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Itália, etc., etc. Mas nesses países e em outros, assim que a corrupção é descoberta faz-se uma investigação rápida e profunda, e os culpados acabam na cadeia comum, sem a palhaçada do foro privilegiado e outras artimanhas para escapar da punição. No Brasil, não. No Brasil tem um câncer chamado IMPUNIDADE e, graças a isso, o país tem uma longa tradição de grandes fortunas roubadas dos cofres públicos que são desfrutadas pelos ladrões, sem que a lei os toque. Vergonha…

Todos somos corruptos

Sociólogos vão à televisão para explicar que a corrupção não é novidade no Brasil, mas vem desde os tempos de Pero Vaz de Caminha. Outros, explicam que a corrupção, na verdade, nem é uma invenção brasileira ou portuguesa, porque já existia nos tempos de Shakespeare. Ora, eu vou mais além. A corrupção já existia nos tempos dos irmãos Esaú e Jacó. Um corrompeu o outro para ganhar os favores do pai.

Tem gente indo à televisão para dizer que é corrupção andar no acostamento, furar fila, negar o troco ao freguês, comprar atestado médico, falsificar assinatura de colega que não comparece ao trabalho ou à aula. Concordo. Mas a coisa é muito mais grave.

Nem todo mundo, mas muita gente que ficou rica no Brasil, ou que atingiu um certo nível social, chegou a isso graças à roubalheira e às negociatas. Igualzinho aos políticos. Mas essa gente, que é tão podre como os políticos, é respeitada, é tratada de um jeito especial, só porque tem dinheiro. São pessoas corruptas, que ajudam a corromper os políticos, porque recorrem a eles em busca de favores especiais, para se tornarem ainda mais ricas. Na defesa dos seus interesses, também corrompem até a justiça!

Alguns fabricantes vendem seus produtos em embalagens de um quilo, com apenas 900 gramas. Muitas redes de supermercados vendem produtos vencidos. Muitos mecânicos fingem que trocam peças e mais peças, quando apenas fazem uma regulagem no motor, por exemplo. Quase todos os postos de gasolina adulteram os combustíveis. Muitos policiais pegam propina. Isso tudo e muitas coisas mais acontecem porque os fiscais pedem propina com a maior cara de pau e voltam todos os meses, ou todas as semanas, para buscar mais. Todo mundo só quer levar vantagem e não importa como!

Uma vez, em São Paulo, eu precisei de fotocópias autenticadas do meu passaporte. No local onde tiraram as cópias disseram que iam mandar a um cartório para autenticar e me deram o passaporte de volta na hora. Eu perguntei se não precisavam do original para autenticar as cópias, mas disseram que não. Pois é, só no Brasil os cartórios autenticam cópias sem conferir com o original. Quer dizer, o que interessa é a grana!

Tem muita gente dizendo que a Constituição do Brasil é uma das mais completas e modernas do mundo. Talvez seja. Mas, de que adianta ter uma Constituição completa e moderna, se ela não é cumprida? Nem o governo cumpre essa bendita Constituição!

E tudo acaba em pizza, como sempre. As manifestações do 13 de março foram lindas e mostraram que milhões de pessoas estão insatisfeitas com a situação no governo. Mas, esses milhões de pessoas estariam dispostas a reformar os seus próprios hábitos e viver uma vida honesta, sem corromper nem deixar-se corromper? Em nada? Nunca?

Perdoem os meus amigos, mas eu duvido muito. E o Brasil vai ficar do mesmo jeito... infelizmente.

segunda-feira, 14 de março de 2016

A corrupção e uma viagem em scooter.

  Foi o que se previa. Muita gente, clareza de propósito e nenhuma violência. Agora, vamos esperar pra ver como fica. Mas não quero comentar isso agora. Quero falar de corrupção, do modo como ela se manifesta no Brasill, mas também não vai ser agora. 
  O que eu quero mesmo é falar de uma viagem em meu Maxi Scooter Suzuki Burgman 650 Executive Burgmanjpeg Uau! Que bicho será esse? 



  Bom,é um Scooter bem grande e pesado, com motor bicilíndrico de 55 HP, transmissão automática do tipo CVT, injeção direta mapeada, freios ABS com dois discos na roda dianteira e um na roda traseira. Os espelhos dobram para dentro com comando elétrico, e o parabrisa sobe e desce, também com comando elétrico.  
  Tem espaço embaixo do assento que é suficiente para guardar dois capacetes grandes, e eu instalei um baú onde também cabem dois capacetes grandes. Claro que eu não carrego tantos capacetes. Só o meu. Mas o espaço todo é usado para roupas, ferramentas, lanterna, kit para reparo de pneus, um pequeno galão de plástico com capacidade de 4 litros de gasolina, etc. E me permite ir às compras no supermercado, quando preciso.
  A gasolina não é propriamente uma reserva, mas para dar a algum motociclista que esteja na estrada sem gasolina. Parece mentira, mas já parei umas quatro vezes para ajudar outros motociclistas. 
  Meu Burgman quase não faz barulho e é bastante confortável. Viajo sempre no limite de velpcidade permitido, que geralmente é de 70 milhas (112 km) por hora. É uma boa velocidade para viajar e ainda tenho potência suficiente para puxar até mais de 150 km por hora, se necessário. 
  Viajo com amigos, especialmente o Alan, que tem uma Honda GoldWing de 1.800 cc e o Clint, que tem uma Harley novinha, também de 1.800 cc. Andamos juntos, e o meu Burgman está sempre junto com eles. 


Mas a idade me faz lembrar das minhas origens com saudade. No meu tempo de adolescente eu viajava muito de bicicleta, e sempre sozinho. Hoje, também prefiro sair só, porque tenho a liberdade de escolher o caminho, posso parar onde e quando quiser, ficar num lugar quanto tempo desejar. estrada.
Não gosto de ir a eventos com milhares de motos, gente drogada e embriagada, barulho, abusos de todos os tipos. Gosto de estrada, e de preferência estrada sem trânsito. Felizmente, aqui há muitas estradas assim, e sempre tem lugares novos para visitar.
  Viajar sozinho, sem o inconveniente do trânsito congestionado, é uma ótima forma de meditar, de apreciar tudo que Deus criou, e de achar solução para algum problema que eu possa ter. 
  Você viaja sozinho ou com amigos? Viaja muito? Por onde? Com que tipo de moto? Vamos conversar. Talvez um dia você possa vir até aqui, alugar uma moto e viajar comigo. Que tal? Boa ideia?