Durante mais de três décadas trabalhei em emissoras governamentais e particulares de rádio e televisão, no Brasil, no Canadá e nos Estados Unidos, e em muitas dessas emissoras o dinheiro do meu salário vinha da publicidade. Em determinada época, trabalhei numa das maiores produtoras de filmes publicitários de São Paulo e, portanto, vivia da publicidade.
Mas os tempos mudaram, e eu também. Hoje, confesso que odeio publicidade. Considero um tremendo absurdo assistir um filme que é interrompido a cada 10 ou 11 minutos por três ou quatro minutos de anúncios chatíssimos, que se repetem o tempo todo. Absurdo ainda maior é ter TV a cabo em casa, pagar mensalmente uma pequena fortuna por esse serviço e ainda ter que engolir os anúncios, do mesmo modo que ocorre na TV aberta.
Outra coisa que me chateia na TV a cabo e na TV via satélite é que pagamos por 200 canais, por exemplo, mas a grande maioria desses canais não interessa a ninguém. E os filmes que eles oferecem geralmente são ruins e repetem o tempo todo.
Felizmente temos a Internet. Hoje, os aparelhos de TV e de Blue-Ray e diversas consoles de videogame, permitem acesso direto à rede mundial de computadores. Graças a isso, dei meu grito de independência e rompi completamente meu vínculo com a TV a cabo. .
Meu primeiro ato foi abrir uma conta na Neftlix (www.netflix.com). Pagando oito dólares por mês, tenho acesso imediato, via Internet, a milhares de filmes, documentários e programas de TV, muitos dos quais são bastante recentes, que posso assistir na minha TV. Minha conta permite assistir quantos filmes eu quiser, na TV, no computador ou até no meu telefone celular.
A Netflix é a grande onda hoje nos Estados Unidos, por causa da enorme quantidade e variedade de filmes e programas de TV que disponibiliza para seus clientes por um baixo custo mensal (oito dólares) e pelo fato de que não é preciso firmar contrato algum. Se o cliente não estiver satsfeito, cancela o serviço quando quiser. As TVs a cabo e via satélite, por sua vez, geralmente exigem do cliente um contrato de dois anos. Há dias fiquei sabendo que a Netflix vai expandir em breve o seu serviço à América Latina, em Espanhol e Português, e estará disponível no Brasil. Visite o site e informe-se melhor a respeito.
Claro que posso continuar assistindo os canais locais de TV digital aberta, que transmitem em alta definição, utilizando uma antena ao lado da minha casa. Nesses canais, o que me interessa são os noticiários e as transmissões esportivas.
Há várias outras opções de programação pela Internet, das quais posso desfrutar sem ter que sair de casa para procurar as vídeo locadoras. Encontramos filmes e programas de TV para alugar em sites como Blockbuster.com, Hulu.com, Amazon.com e Walmart.com. Tudo isso on demand, isto é, na hora em que o cliente quiser, bastando apertar um ou dois botões no controle remoto. Você pode fazer uma pausa na exibição para ir ao banheiro ou para jantar, por exemplo, e até parar o filme e continuar assistindo mais tarde ou no dia seguinte. Como estamos falando de Internet, toda essa programação está disponível no mundo inteiro, onde quer que haja acesso à Rede.
Pela Internet podemos assistir uma variedade imensa de programas, filmes, documentários e coberturas especiais, usando o computador, sem pagar nada. É possível ligar a TV diretamente ao computador, como se a TV fosse o monitor, e assistir o que bem entender, na própria TV. Já existem até mini computadores específicos para isso, como o o Dell Zino HD o eMachines Mini-e, por exemplo. São computadores moderníssimos, com recursos bastante avançados, mas que são muito pequenos, especiais para colocar atrás da TV e navegar pela Internet em alta definição e com som surround da mais alta qualidade. Os dois modelos mostrados aqui custam aproximadamente US$300 cada.
Pois é, livrei-me da TV a cabo, livrei-me da propaganda exagerada e ainda estou economizando uma boa grana por mês.